Creations
Glass Monsters
"E é aqui que começamos a perguntar: se perdermos o controlo e nos espatifarmos lá em baixo, como é que estar dobrado para a frente com as mãos sobre a cabeça me vai salvar a vida? E se isto não me salva a vida, porque é que eles querem que eu me ponha nesta posição?"
Sinopse
Em 2001 o Visões Úteis co-produziu com o TNSJ o espectáculo “Orla do Bosque”. Tratava-se do último momento de um longo processo criativo, intitulado “Visíveis na Estrada Através da Orla do Bosque”, que se iniciou com o espetáculo “Estudos”, e que pelo meio passou por uma viagem de um mês pela Europa, ao encontro de diversas figuras da arte, arquitetura, cultura e política, conversando e refletindo sobre as ideias de fronteira, alteridade, espaço público e viagem. Todo o processo, e em particular o espetáculo “Orla do Bosque”, acabava por ser a reflexão de uma geração – a entrar nos 30 anos – acerca do seu papel na cidade, no espaço público. Um olhar desconfiado sobre o momento de otimismo e euforia consumista que as sociedades ocidentais atravessavam.
Em 2011 o TNSJ acolheu uma nova criação do Visões Úteis. “Monstros de Vidro” parte do desejo de falar do modo como, desde sempre, se criaram mitos e monstros para explicar e sublimar os acontecimentos traumáticos – os que acontecem devido a causas incontroláveis, mas também aqueles que resultam diretamente das nossas próprias ações enquanto indivíduos e comunidades. Mas “Monstros de Vidro” é também um regresso ao espetáculo “Orla do Bosque”, uma década depois. Não para recriar ou atualizar esse espectáculo mas para lançar um novo olhar crítico ao nosso aqui e agora, partindo das perguntas e premissas de então. E desse olhar ninguém está a salvo.
A geração dos 30 anos está agora a chegar aos 40. Os pais começaram a morrer, os filhos passaram a ser pais. Agora conseguem reconhecer todos os pontos de vista, e sabem usar as palavras com mestria, articular os argumentos, para justificar todas as suas ações. E nunca estiveram tão perdidos nem tão assustados como hoje. Prontos para criar novos monstros... ou decidir que não.
Ficha Artística
Monstros de Vidro
40.ª criação Visões Úteis
texto e direção Ana Vitorino, Carlos Costa
cenografia e figurinos Inês de Carvalho
banda sonora original e sonoplastia João Martins
desenho de luz José Carlos Coelho
elementos gráficos e audiovisuais entropiadesign
co-criação Ana Azevedo, Nuno Casimiro, Pedro Carreira
interpretação
Ana Azevedo, Ana Vitorino, Carlos Costa, Pedro Carreira e ainda Inês de Carvalho; voz-off Alice Costa
música adicional: "Perfidia" (Alberto Domínguez), "Music to watch girls by" (Sid Ramin), "Crema Batida" (Al Caiola), "Viva la Vida-Instrumental" (Coldplay)
produção
Visões Úteis
duração aproximada [1:30]
classificação etária M/16 anos
Estatísticas
"Monstros de Vidro" estreou a 25 de Novembro de 2011 no Teatro Carlos Alberto (Porto), num acolhimento do Teatro Nacional S. João. Apresentou-se de seguida em Coimbra – Teatro Académico de Gil Vicente (7 de dezembro) - e Aveiro – Estúdio Performas (10 de dezembro). Continua disponível para itinerância.