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Sobre as declarações do Sr. Director-Geral das Artes
A Sua ExcelênciaSenhora Ministra da Cultura
C/C A Sua ExcelênciaSenhor Primeiro Ministro
Vimos por este modo manifestar a nossa profunda indignação com as declarações do Senhor Eng. João Aidos vindas a lume no jornal Público de 29 de Novembro segundo as quais os orçamentos apresentados à Direcção-Geral das Artes e por ela anteriormente aprovados são sempre inflaccionados (“os orçamentos estão sempre sobredimensionados em 10 a 15 por cento”). É calunioso se o afirma sem conhecer factos concretos, é grave se tem dados e não procede aos devidos ajustes, é demagógico se com isso quer justificar o corte cego e inconsequente para as finanças públicas, é inadmissível se baseia essa afirmação nas suas práticas quando estava "neste lado", como gosta de dizer. Assim, em defesa do nosso bom nome, profissionalismo, sentido da honra, muito agradecemos um desmentido formal por parte de V. Exa. É que, cumprindo nós um serviço público consagrado, não aceitamos ser confundidos, pela tutela e perante a opinião pública, com gente irresponsável, vigarista, ou, como em tempos disse o Presidente Jorge Sampaio, "chico-esperta".
Também nos colheu de surpresa a afirmação que serviu de título à referida entrevista, segundo a qual a presente e grave situação de desinvestimento na cultura e na arte resulta de "uma falta de estratégia política do primeiro-ministro”. Sendo esta a opinião de alguns opositores do Governo, nunca tínhamos pensado que fosse expressa por um Director-Geral, recentemente nomeado por V. Exa, ao que supúnhamos para cumprir uma política do Governo de que o Eng. José Sócrates é o Primeiro Ministro eleito. Sendo assim, terá o Eng. Aidos condições para continuar a exercer o seu cargo? E até quando? É ele ainda o nosso interlocutor, ele que nos considera a nós desonestos e ao Primeiro Ministro desatento das suas obrigações? Até quando?
Perante a tremenda insegurança que as recentes medidas da DGArtes e do MC têm provocado nas nossas actividades, e de forma a conseguirmos uma indispensável tranquilidade para o nosso trabalho, muito gostaríamos de ver esclarecidos estes pontos por V. Exa.
Com consideração,
A Direcção do Visões Úteis