Era após era, de Messias em Messias, ora o nariz empinado, ora a cabeça baixa. Mas sempre em rebanho. Cá vamos indo, não é?
A pouco mais de um mês da sua estreia no Teatro Municipal Rivoli, a nossa nova produção "trans/missão" vai ganhando corpo, por entre a escrita do guião, os ensaios e as sessões de trabalho com um conjunto de colaboradores que se juntam ao processo de criação: o fotógrafo Paulo Pimenta, o Espaço Mira, o Nefup, o Departamento de Sociologia da Universidade do Porto, e os coletivos musicais Sonoscopia, Porta-Jazz e Stopestra.
Em "trans/missão" um músico e um dramaturgo abrem ao público o seu processo de trabalho numa ópera que se pretende revolucionária; criação que questiona precisamente as dificuldades de organização e mobilização dos coletivos - seja uma equipa artística, uma comunidade ou todo um povo... de que o português é um especial bom exemplo!
Porque parece tantas vezes ser impossível passar do entusiasmo de uma ideia ou de uma manifestação para uma concretização ou mudança efetiva? Será mais útil o ato isolado e radical, mesmo que destrua a ideia de "nós"?