"Mas como é que nós vamos arranjar dinheiro para comprar salsichas? Temos alguma coisa que os alemães queiram?"
Sinopse
Numa espécie de enclave territorial, um estranho grupo de personagens decide separar-se do seu país natal e proclamar a independência de um novo Estado. A nova micro-nação, Nióbio, é constituída por três habitantes, uma banda e uma lagosta. E a banda nem sequer está completa…
Para que uma nação seja uma nação a sério tem de ter História, leis e linguagem próprias, e se nada disso existir pode criar-se rapidamente. O novo povo de Nióbio vai implementar todos os procedimentos necessários à validação do recém-país, desde a escolha dos símbolos nacionais, à relação diplomática com as organizações internacionais, passando pelas estratégias de sustentabilidade a longo prazo. Mas, apesar de todo o empenho dos seus fundadores (e únicos cidadãos), a nação de Nióbio não parece ter grandes hipóteses de futuro. Talvez porque não consegue deixar de replicar os erros que ditaram a degeneração da nação mãe.
A única salvação pode ser firmar uma aliança estratégica, formalizada através de um casamento de conveniência. Uma ótima oportunidade para exibir toda a glória niobiana, através da organização de um grande evento social e cultural. E, claro, tem de haver banquete. Nem que seja à custa do sacrifício da lagosta, único animal do país e símbolo nacional.
“Soluções radicais, patrimoniais, políticas. Qual crise, qual quê! Os niobianos sabem como resolver, sem sacrifícios escusados nem aborrecidas negociações com a troyka. Como uma nova ilha da utopia. Tem o nosso país políticos corruptos e promiscuidades várias? A dívida portuguesa parece uma rosca-sem-fim e os nossos políticos promovem uma cultura da pobreza, seriamente aborrecida, com cortes de toda a ordem? Os niobianos encontram soluções criativas.
Basta-nos ser espectadores atentos e seguir os seus destinos com a dedicação de quem segue uma novela televisiva ou vê uma peça vicentina cheia de risos e de castigados lusos costumes.”
José Alberto Ferreira
Ficha Artística
NIÓBIO
41.ª criação Visões Úteis
texto e direção
Ana Vitorino, Carlos Costa
cenografia e figurinos
Inês de Carvalho
banda sonora original e sonoplastia
João Martins
desenho de luz
José Carlos Coelho
co-criação
Ana Azevedo
interpretação
Ana Azevedo, Ana Vitorino, Carlos Costa, Pedro Carreira e ainda João Martins
fotografia
Paulo Pimenta
grafismo
Manufactura Independente
coordenação técnica
Luís Ribeiro
produção executiva
Marina Freitas
assistência de produção
Helena Madeira
co-produção
Visões Úteis / Guimarães 2012 – Capital Europeia da Cultura
duração aproximada
90 minutos
classificação etária
M/16 anos
Estatísticas
"Nióbio" estreou a 7 de junho de 2012 no Centro Cultural Vila Flôr (Guimarães), numa co-produção com Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura. Ainda em junho o espetáculo apresentou-se em Coimbra (Teatro Académico de Gil Vicente), Porto (Teatro do Campo Alegre) e Aveiro (Estúdio Performas).